zeca2 Escreveu:
Respondendo ao Vítor Oliveira:
a displasia é uma doença ao contrario do que se passa com o medo por atavismo situação essa que é considerada como a consequência de uma característica do comportamento e do carácter de um ser vivo que a manifesta geralmente em forma de fobia!
Eu acho que o medo é também uma doença, na medida em que, como nas doenças físicas, representa um desvio negativo em relação à normalidade.
Você é livre de achar o que lhe dá jeito acreditar! Contudo volto a dizer-lhe que o medo por atavismo não é uma doença mas sim uma característica do comportamento tal como o é a coragem para superar o medo! E saiba que o medo nem sequer é um desvio negativo em relação a normalidade! Pois o medo faz parte da normalidade do comportamento, já a ausência total do medo essa sim é que deveria ser considerada como um desvio negativo em relação a normalidade visto não possível encontrar seres vivos do reino animal que manifestem total isenção do medo! Como já lhe disse qualquer ser vivo a face da terra manifesta medo dependendo das causas e dos motivos que os possam levar a manifestar tal facto! Visto isto e após ter lido o que você aqui nos diz sou então levado a acreditar de si que todos nós seres vivos somos doentios?! Sr José Carlos pelo o que aqui nos escreveu posso depreender que o senhor desconhece o que é o medo atávico!
Aqui a questão é mais do tipo de que:
Nós, humanos, é que rotulamos tudo e descartamos o que consideramos impróprio para o consumo (humano). Para nós, seres civilizados e inteligentes os animais, não só os cães, são classificados como úteis, inúteis e nocivos..
zeca2 Escreveu: Voltando a displasia admitindo que nos fosse possível utilizar exemplares unicamente A1 gerações após gerações seria sim possível obter cachorros sem manifestações de displasia para a totalidade de uma ninhada assim produzida! Pois para que tal pudesse acontecer teríamos que iniciar uma criação entre cães A1 que ostentassem tal isenção até pelo menos 5 gerações a que iríamos então utilizar!
Se bem percebi o que disse, e partindo do princípio que acredita no que diz, não se erradica a displasia porque os criadores não querem, isto é, porque insistem em utilizar cães com A2 e A3 na reprodução. Acha que este é um bom princípio de criação?
A minha opinião de se é ou não um bom principio de criação de pouco ou nada aqui interessa relativamente ao facto aqui posto em causa. Pois o que interessa saber é que as normas de cria aqui ditadas, boas ou más são as da WUSV e ponto final!
zeca2 Escreveu: o medo por atavismo não tem nada a ver com a boa ou a má sociabilização, com o facto de serem os mais fracos da ninhada, nem com os treinos incorrectos
E quando o Vítor vê um cão medroso, como é que sabe se o medo foi provocado por causas genéticas ou ambientais? Gostava mesmo que me respondesse a esta pergunta...
As causa ambientais manifestam-se sempre pelos mesmos motivos e da mesma forma e sempre em situações especificas e geralmente quando se encontram reunidas as causas ambientais e as especificas condições que levaram o animal a manifestar-se assustado e pouco a vontade perante o que anteriormente o deixou descontrolado ou que lhe causou suficiente desagrado para o ter deixado afectado ou traumatizado.
Em contrapartida o medo exacerbado do atavismo leva esse mesmo animal a ter medo em todas e quaisquer situações até mesmo daquelas que lhe são mais familiares tais como a próprio sombra ou até mesmo o ruído de uma simples trovoada que lhe possa anunciar a chuva. A aproximação de alguém estranho a casa ou a propriedade do dono sitio onde o dito cão vive e do qual ele deveria se mostrar como guardião por ser esse sitio o seu território, leva o animal a mostrar-se esquivo, a esconder-se, ou a fugir da zona onde ele possa se encontra com o intruso ou desconhecido ladrando com a cauda escondida entre as patas dos quartos traseiros. Normalmente esse tipo de cão medroso por atavismo não aguenta o enfrentar de um olhar olhos nos olhos mais persistente a ele direccionado. Um cão medroso por atavismo foge de quem olhar para ele fixamente sem que este tenha recebido uma qualquer ameaça gestual ou corporal que fosse.
Um animal que não manifeste o medo por atavismo mostra-se geralmente sereno (não se furta ao olhar) quanto muito reage a provocação como animal seguro de si e dominante que é avançando para quem procura subjuga-lo ou submete-lo ao desafio de um olhar provocador ameaçador que até possa dele requerer alguma submissão. Todavia um animal medroso por atavismo reage geralmente mal a todas estas situações por mim aqui citadas se o colocar-mos perante todas elas.
zeca2 Escreveu: E é desse medo que lhe garanto que nos cães descendentes directos dos ditos de linha de trabalho se pode observar e em percentagens tão grandes quanto ao que se pode observar nos de linha beleza
Eu não tenho dados que me permitam chegar a essa conclusão. Se o Vítor tem, agradecia que os apresentasse para não estarmos aqui a falar de cor.
Tal como em pastelaria que para se poder fazer um bolo necessitamos de uma base para esse mesmo bolo! Aqui no caso que no interessa o medo é comum a todos os cães.
O medo esta na base do carácter de todos os seres vivos que pertençam ao reino animal!
O que faz parte da bagagem genética e é individual de cada cão, é a coragem para superar o medo atávico. Esse nível de coragem é hereditário e permite a geração de descendentes com o mesmo problema!
zeca2 Escreveu: Agora há sim junto dos cães ditos de beleza mais cães escolhidos para participarem nas provas de morfologia e numa grande maioria deles com pouco ou nenhuma preparação para os testes ou provas de carácter onde eles porventura tenham que ser apresentados!
Poderia concordar consigo se estivéssemos a restringir-nos ao panorama português. Mas não acredito que cães de competição de afixo mundialmente famosos falhem a prova de coragem por não serem suficientemente preparados. Para mim esse argumento não é generalizável, como parece querer dizer.
Então como explica que um desses cães de competição mundialmente famosos falhe num dia e passados mas alguns tempos o mesmo já não falha?! Dou-lhe como exemplo o caso de Zamp v Thermodos que falhou uma primeira estreia ao titulo de VA na siegerschau Alemã e a partir dai voltou apresentar-se sem nunca mais falhar nas provas de carácter!
zeca2 Escreveu:
Continuo sem perceber no entanto as razões que levam a que existam cães medrosos oriundos dos seleccionados pelo carácter
E eu continuo a reportá-lo para a explicação que lhe dei antes...
Já agora realçar um afirmação sua com a qual concordo: todos os seres vivos normais têm medo, como manifestação do seu instinto de sobrevivência. Mau seria se assim não fosse. Mas a incapacidade de vencer esse medo através de manifestações de outros instintos é que caracteriza aquilo a que chamamos cão medroso.
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Já que você e muitos dos que se dedicam ao trabalho não conseguem ter uma resposta plausível do porquê da existência de cães medrosos oriundos dos seleccionados pelo carácter vou então aqui deixar-lhe a minha opinião do assunto!
O que acontece é que os ensinamentos adquiridos pelo treino não se transmitem pela reprodução obtida desses mesmos cães treinados!
O que se transmite eventualmente de geração para geração são os genes responsáveis pela predisposição maior ou menor ao trabalho dos ditos animais das linhas de trabalho!
E o que acontece é que a selecção exercida nesses exemplares é feita em função dos resultados obtidos nas provas e nos concursos de trabalho utilizando sempre para a reproduçao os que tiveram o melhor desempenho e resultados nas provas e nos concursos de trabalho, que em grande parte sao o resultado do treino e do ensinamento que lhes foi proporcionado! Logo aqui depreende-se que a selecção feita dessa forma esteja de alguma forma viciada, pois o os resultados obtidos por cada exemplar são sempre influencia dos treinos e dos ensinamentos prestados aos citados exemplares e como já disse os mesmos não se transmitem!
Quanto a mim e na minha opinião uma boa selecção dos cães de trabalho a serem utilizados para a reprodução deveria passar antes pelos testes de Campbell visto que os mesmos visam avaliar os animais antes mesmo de qualquer um destes se terem impregnado do quer que seja e isso antes mesmo de terem sofrido qualquer tipo de condicionamento que lhe possa viciar os resultados obtidos. O que não acontece com os campeões de trabalho que como é evidente já sofreram condicionamentos de todas as ordens!
Conclusão: medo, todos tem, o que varia de indivíduo para indivíduo é o nível de coragem necessária para vencê-los. Uns ficam apavorados tremendo inteiros, fugindo e escondendo-se no primeiro buraco, outros tomam um susto, depois recuperam-se e alguns depois do segundo trovão em que nada de extraordinário aconteceu, nem lhe ligam mais.
Entre indivíduos, cuja coragem excessiva os conduzem a constantes acidentes e os que vivem escondidos com medo de tudo e de todos existe uma escala com uma imensa gama de variações. Então a distinção a que você se refere é meramente conceitual, depende do que cada um considera aceitável ou prejudicial.
Entre os lobos, são exactamente os mais assustados que se encarregam de permanecer em pontos estratégicos em torno da alcatéia para darem o alarme ao mínimo ruído de aproximação de algum estranho. Os mais corajosos se posicionam em círculos menores para proteger suas fêmeas, filhotes e velhos, que ficam no anel mais central.
Se for verdade o cão domestico descender do Canis Lupus e que o tenha conservado grande parte dos seus instintos primitivos temos aqui a resposta para entender-mos o quanto anormal é um cão não manifestar medo ou o facto de se tentar obter cada vez mais cães artificiais cada vez mais afastados das suas formas primitivas!
<p>Vindo do passado, galopando no presente a caminho do futuro. Criando Pastor Alemão - Fazendo Amigos. </p>
<p>Cumprimentos </p>
<p>Vitor Oliveira</p>