Cadela bruta a brincar com cães

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Moderador: mcerqueira

Lourenca
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quinta abr 04, 2013 1:28 pm

Olá a todos,

Estou a precisar de dicas para educar a minha cadela nas brincadeiras com outros cães. Ela é uma bruta e trata os outros cães como caça.

Adoptei-a adulta de um canil. No primeiro ano, apesar de passearmos muito, não tivemos contacto frequente com cães soltos. Dos encontros que tivemos, ou brincava contente ou fugia espavorida. Entretanto mudámos de casa para um sítio onde há "parques para cães", onde eles podem brincar à solta uns com os outros. Ao princípio tinha de arrastá-la lá para dentro e ela escondia-se debaixo de um banco, mas entretanto ganhou uma tal autoconfiança que parece que manda naquilo tudo. Isto independentemente de ser o parque do costume ou um novo.

Como é que ela brinca? Corre atrás de outro cão, derruba-o ou dando um encontrão com o lombo ou agarrando-o com a boca pelas pernas, e depois agarra-o pelo cachaço. Depois larga, e repete 1001 vezes. Se ficar mais entusiasmada, alguém de agarrar pelo cachaço, ainda sacode. Prefere cães mais pequenos mas também o faz com cães com o dobro do tamanho dela. De vez em quando encontra uma vítima com a personalidade dela e há umas rosnadelas e mordidas no ar, mas nada de grave. Normalmente o outro cão não sabe o que fazer para se ver livre dela, o outro dono obviamente não gosta da brincadeira, e eu já entro no parque cheia de vergonha da fita que ela vai fazer. Quando ela abusa eu berro-lhe um "não" e parecemos 2 malucas, ela a agarrar os outros cães e eu a gritar... :oops:

O que é que eu faço para ela brincar de forma "civilizada" - sem agarrar os outros pelo pescoço? E sem perder a autoconfiança que só ganhou há pouco tempo (fora do parque ainda é super-assustadiça)? Só está habituada a açaime nos transportes públicos e no parque não há cães à trela.

Estou a pensar treinar melhor o "anda cá" em situações de distracção, mas não sei se é suficiente. Cada vez que agarra um cão chamo-a?

Ela tem também dificuldades em encontrar um companheiro de brincadeiras compatível, pois corre a uma velocidade que nenhum a acompanha e nunca se cansa. De vez em quando encontra um companheiro tão rápido como ela e que não se deixa derrubar ou agarrar, e correm até se fartarem.

O texto saiu-me grande... Alguém tem sugestöes para a educar?
dragablue
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quinta abr 04, 2013 3:12 pm

eu tambem achava isso do meu até ele travar amizade com dois labradores que costumam frequentar uns lotes de terreno para urbanizaçoes para brincar, lol brincam á bruta parecem uns tgv"s rosnam, correm, mordiscam-se etc no inicio que ele os conheceu achei que que a situaçao podia descambar para o torto, mas engraçado que ambos os donos tem a mesma opniao, esse tipo de interaçao é a forma deles estravazar as energias positivas, ja me aconteceu tambem de um outro cao responder com agressividade, mas quando os sinais corporais deles eram mais que obvios meti o cao pela trela e outro senhor tambem prendeu o dele e acabou a festa, ha que saber diferenciar brincadeira com agressividade... os comandos do chamamento sao muito importantes que o cao obedeça e deve treinar e reforçar essa obediencia á sua cadela para um melhor controle sobre a mesma, o meu infelizmente só obedece ao chamamento só depois de ir cheirar o outro cao, estou a trabalhar isso nesse momento ja vou notando alguns progressos :wink:
<p>Nunca confies em algu&eacute;m que tem mais dentes que tu, mesmo que sejas bi-dente:-)</p>
lds6
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quinta abr 04, 2013 6:02 pm

Lourenca Escreveu:Olá a todos,

Estou a precisar de dicas para educar a minha cadela nas brincadeiras com outros cães. Ela é uma bruta e trata os outros cães como caça.

Adoptei-a adulta de um canil. No primeiro ano, apesar de passearmos muito, não tivemos contacto frequente com cães soltos. Dos encontros que tivemos, ou brincava contente ou fugia espavorida. Entretanto mudámos de casa para um sítio onde há "parques para cães", onde eles podem brincar à solta uns com os outros. Ao princípio tinha de arrastá-la lá para dentro e ela escondia-se debaixo de um banco, mas entretanto ganhou uma tal autoconfiança que parece que manda naquilo tudo. Isto independentemente de ser o parque do costume ou um novo.

Como é que ela brinca? Corre atrás de outro cão, derruba-o ou dando um encontrão com o lombo ou agarrando-o com a boca pelas pernas, e depois agarra-o pelo cachaço. Depois larga, e repete 1001 vezes. Se ficar mais entusiasmada, alguém de agarrar pelo cachaço, ainda sacode. Prefere cães mais pequenos mas também o faz com cães com o dobro do tamanho dela. De vez em quando encontra uma vítima com a personalidade dela e há umas rosnadelas e mordidas no ar, mas nada de grave. Normalmente o outro cão não sabe o que fazer para se ver livre dela, o outro dono obviamente não gosta da brincadeira, e eu já entro no parque cheia de vergonha da fita que ela vai fazer. Quando ela abusa eu berro-lhe um "não" e parecemos 2 malucas, ela a agarrar os outros cães e eu a gritar... :oops:

O que é que eu faço para ela brincar de forma "civilizada" - sem agarrar os outros pelo pescoço? E sem perder a autoconfiança que só ganhou há pouco tempo (fora do parque ainda é super-assustadiça)? Só está habituada a açaime nos transportes públicos e no parque não há cães à trela.

Estou a pensar treinar melhor o "anda cá" em situações de distracção, mas não sei se é suficiente. Cada vez que agarra um cão chamo-a?

Ela tem também dificuldades em encontrar um companheiro de brincadeiras compatível, pois corre a uma velocidade que nenhum a acompanha e nunca se cansa. De vez em quando encontra um companheiro tão rápido como ela e que não se deixa derrubar ou agarrar, e correm até se fartarem.

O texto saiu-me grande... Alguém tem sugestöes para a educar?
Existem algumas coisas que poderei dizer, mas o melhor conselho que alguém lhe poderá dar, neste caso, será mesmo procurar a opinião de um treinador que assista ao vivo a tudo aquilo que nos descreveu. Existem várias possibilidades que só mesmo vendo é que se poderá fazer algum tipo de análise minimamente capaz.

Dado esse conselho, vou listar algumas considerações que a sua descrição me sugere:

1.
Estou a pensar treinar melhor o "anda cá" em situações de distracção, mas não sei se é suficiente. Cada vez que agarra um cão chamo-a?
Começa por aqui. Soltar o cão sem ter uma chamada minimamente firme é sempre perigoso.
E tendo em conta tudo o que descreveu, eu deduzo que vá necessitar de muito trabalho para poder conseguir chamar a sua cadela quando ela já está no nível de excitação que a leva a ter este tipo de brincadeiras com outros cães.
Eu sei que a sua questão é sobre formas de melhorar a interacção da sua cadela com outros cães e não como chamá-la, mas parece-me que a melhor ajuda que pode ter será um controlo à distância da sua cadela. Sem conseguir chamá-la nas situações "críticas", dificilmente poderá fazer muito mais para ajudá-la.

Para não estar a falar muito sobre algo que nem sequer é o assunto deste tópico, remeto-a para aquela que considero ser a melhor fonte que conheço acerca desta questão da chamada:

http://www.dogstardaily.com/radio/107-come-here

2. quanto ao problema em si, aquele que descreve, bom, eu acho que passa muito mais pelos outros cães do que propriamente por si, o que é meio frustrante...
Uma boa socialização em cachorro e em adolescente é caminho certo para que o cão se saiba comportar perante outros cães. Vão aparecer, certamente, cães mais velhos que vão corrigir os abusos do cachorro e do adolescente. O problema é que quando o cão já é mais velho, e tem comportamentos abusivos perante os outros, essas correcções são mais raras; normalmente ou os outros cães não fazem nada, ou então partem logo para agressividade, o que é chato, e não tem grande valor pedagógico.
Sendo que já o adoptou em adulto, e toda a fase de socialização óptima já passou, então o que ainda está nas suas mãos é: (i) seleccionar as alturas em que pode ou não pode soltar o seu cão; ou seja, se, quando chega ao "parque", estão lá cães que a Lourença sabe que não gostam muito das brincadeiras da sua cadela, então não a solte; é chato, eu sei, mas soltar um cão deve ser um privilégio, um direito adquirido com o próprio comportamento, e não um direito "inato"; (ii) treinar muito bem a chamada e outro tipo de controlo à distância; assim, sempre que vir que a coisa está a começar a descambar... "senta!"... ou "Aqui". Mas, para isso, é preciso muito treino "fora do parque"

3. O que a dragablue disse acerca de tentar perceber até onde vai a brincadeira e onde começa a agressividade é muito importante. Mas, não só os sinais, por vezes, não são fáceis de reconhecer, como muitas vezes as duas coisas não são assim tão distintas, e a agressividade surge de algo que estava a ser plena brincadeira inofensiva. Por isso é que falar por aqui é sempre muito limitado; o ideal era ter um profissional a avaliar, ao vivo. Depois, é preciso, desde logo, conhecer os dois cães e perceber, por exemplo, que tipo de rosnar é de excitação e que tipo de rosnar é de agressividade, ou de excitação excessiva. Como isto é praticamente impossível de se saber sempre, o melhor é jogar pelo seguro e fazer várias chamadas ao longo da brincadeira, interrompendo-a e promovendo constantes recomeços. Não só vai estar a cimentar o controlo na sua cadela, como vai também fazendo "resets" na escala de excitação da sua cadela.
margoustink
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quinta abr 04, 2013 6:26 pm

Muitas vezes os meus cães iniciavam umas brincadeiras que a dada altura eu notava que a excitação era demasiada; geralmente essa euforia levava a umas rosnadelas e umas trincas.

Eu passei a fazer o seguinte: Eles começavam na brincadeira, a dada altura, eles começavam a escalar eu dava a ordem stop, especialmente usada para essa ocasião. E recompensava com o que eles mais gostavam de comer, que era fígado de borrego cozido. E escolhia sempre alturas que eles estivem com um pouco de fome.

Essa ordem stop, servia só para quando eles estivessem envolvidos com outros, e era para mim mais eficaz que usar a outra ordem "Fuß".

Funcionava muito bem, mesmo se isto acontecesse na rua com outros cães.
Mas há ali um timing que é preciso conhecer que é imediatamente antes deles já "não ouvirem nada". Os donos que lidam muito com os seus cães e pensarem nisto, conseguem quase sempre identificar.
Lourenca
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sexta abr 05, 2013 11:24 am

Geralmente consigo ver quando a brincadeira vai começar a correr mal e aí intervenho. Normalmente ela quer brincar, mas é muito bruta e vejo que os outros cães se mostram incomodados. Ou os donos... Por isso queria "acalmá-la" um pouco. Quando (raramente) encontra cães compatíveis, não costuma haver problemas. Ela precisa de um parceiro bruto e enérgico como ela, mas bem humorado... Não é fácil.

Tenho de trabalhar melhor o chamamento. Treinei na praia quando ela estava mais interessada em passear do que vir ter connosco, e vou ter de treinar no parque para cães também. De momento no parque quando a brincadeira está interessante faz que não ouve e só funciona a minha "voz tom de trovão".

"fazer várias chamadas ao longo da brincadeira, interrompendo-a e promovendo constantes recomeços" -> Neste momento é a única ideia que tenho para melhorar o problema, treinar o chamamento quando ela começa a abusar. Não a torna mais "delicada", mas pelo menos não aborrece os outros cães.

A "ordem stop" é uma espécie de chamamento, mas só para essa ocasião?

Treinador tenho de encontrar um bom, que de momento não tenho referencias nenhumas por aqui. Não é caso de "escola com aulas normais”, mas de consulta no local. Ando á procura de uma escola de agility, talvez ajude.
dragablue
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sexta abr 05, 2013 11:40 am

Lourenca Escreveu:Geralmente consigo ver quando a brincadeira vai começar a correr mal e aí intervenho. Normalmente ela quer brincar, mas é muito bruta e vejo que os outros cães se mostram incomodados. Ou os donos... Por isso queria "acalmá-la" um pouco. Quando (raramente) encontra cães compatíveis, não costuma haver problemas. Ela precisa de um parceiro bruto e enérgico como ela, mas bem humorado... Não é fácil.

Tenho de trabalhar melhor o chamamento. Treinei na praia quando ela estava mais interessada em passear do que vir ter connosco, e vou ter de treinar no parque para cães também. De momento no parque quando a brincadeira está interessante faz que não ouve e só funciona a minha "voz tom de trovão".

"fazer várias chamadas ao longo da brincadeira, interrompendo-a e promovendo constantes recomeços" -> Neste momento é a única ideia que tenho para melhorar o problema, treinar o chamamento quando ela começa a abusar. Não a torna mais "delicada", mas pelo menos não aborrece os outros cães.

A "ordem stop" é uma espécie de chamamento, mas só para essa ocasião?

Treinador tenho de encontrar um bom, que de momento não tenho referencias nenhumas por aqui. Não é caso de "escola com aulas normais”, mas de consulta no local. Ando á procura de uma escola de agility, talvez ajude.
de que zona pertence?
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margoustink
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sexta abr 05, 2013 11:47 am

Lourenca Escreveu:Geralmente consigo ver quando a brincadeira vai começar a correr mal e aí intervenho. Normalmente ela quer brincar, mas é muito bruta e vejo que os outros cães se mostram incomodados. Ou os donos... Por isso queria "acalmá-la" um pouco. Quando (raramente) encontra cães compatíveis, não costuma haver problemas. Ela precisa de um parceiro bruto e enérgico como ela, mas bem humorado... Não é fácil.

Tenho de trabalhar melhor o chamamento. Treinei na praia quando ela estava mais interessada em passear do que vir ter connosco, e vou ter de treinar no parque para cães também. De momento no parque quando a brincadeira está interessante faz que não ouve e só funciona a minha "voz tom de trovão".

"fazer várias chamadas ao longo da brincadeira, interrompendo-a e promovendo constantes recomeços" -> Neste momento é a única ideia que tenho para melhorar o problema, treinar o chamamento quando ela começa a abusar. Não a torna mais "delicada", mas pelo menos não aborrece os outros cães.

A "ordem stop" é uma espécie de chamamento, mas só para essa ocasião?

Treinador tenho de encontrar um bom, que de momento não tenho referencias nenhumas por aqui. Não é caso de "escola com aulas normais”, mas de consulta no local. Ando á procura de uma escola de agility, talvez ajude.
Sim, era um chamamento usado apenas nessas ocasiões. Mas como tinha mais cães comecei por treinar isso quando brincavam uns com os outros. Primeiro quando começavam a brincadeira, e depois sucessivamente, deixando ir evoluindo, ao dizer stop ele paravam e regressavam.
lds6
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sexta abr 05, 2013 2:51 pm

Lourenca Escreveu:Geralmente consigo ver quando a brincadeira vai começar a correr mal e aí intervenho. Normalmente ela quer brincar, mas é muito bruta e vejo que os outros cães se mostram incomodados. Ou os donos... Por isso queria "acalmá-la" um pouco. Quando (raramente) encontra cães compatíveis, não costuma haver problemas. Ela precisa de um parceiro bruto e enérgico como ela, mas bem humorado... Não é fácil.
Anteriormente faltou-me o conselho mais óbvio de todos. Antes de ir para o parque, faça primeiro um bom passeio e/ou uns exercícios de desgaste e estimulação. Se vai directamente de casa para o parque, então é óbvio que a sua cadela vai estar cheia de "folia" e de vontade de brincar, pelo que o auto-controlo, se já é pouco, aí vai ser absolutamente nulo.
Isto pode parece óbvio, mas quase nunca as pessoas o fazem; e justamente porque, ao fim e ao cabo, isto parece paradoxal: então eu levo o meu cão ao parque para que ele liberte as suas energias, e, de repente, vou ter de libertar-lhe as energias para ele ir ao parque? Pois, mas levar um cão ao parque não deve ser "por causa dos nossos interesses - cansar o bicho e levá-lo para casa já calminho", mas "por causa das necessidades do próprio cão".
Tenho de trabalhar melhor o chamamento. Treinei na praia quando ela estava mais interessada em passear do que vir ter connosco, e vou ter de treinar no parque para cães também. De momento no parque quando a brincadeira está interessante faz que não ouve e só funciona a minha "voz tom de trovão".
Faça uma gestão adequada dos chamamentos. Nesta fase, não o chame quando sabe que ele não vai ouvi-la. Isso só vai servir para que ele enraize a ideia de que o chamamento não é para ser cumprido sempre. Ao fim de algumas semanas, o seu "anda cá" vai ter um significado vazio.
Sim, convém treinar em todos os locais em que a chamada vai ser necessária; mas comece por treinar lá no parque sem cães (pode ser difícil, eu sei...); deve começar o treino sem distracções, e só lentamente vá aumentando a fasquia.
"fazer várias chamadas ao longo da brincadeira, interrompendo-a e promovendo constantes recomeços" -> Neste momento é a única ideia que tenho para melhorar o problema, treinar o chamamento quando ela começa a abusar. Não a torna mais "delicada", mas pelo menos não aborrece os outros cães.
Mas chamá-la de modo a interromper a escalada de "brutalidade" da brincadeira da sua cadela é já uma forma de treiná-la a ser mais "delicada". Como? imagine o cenário perfeito em que vai com a sua cadela para o parque, está lá 50 minutos e, ao longo deste tempo todo, a Lourença consegue interromper a brincadeira da sua cadela sempre no momento anterior à fase de "abrutalhamento". Ora, no final, a sua cadela passou um bom bocado de brincadeira com outros cães sem enraizar o hábito de brincar à bruta. Se conseguir repetir isto por várias sessões, o ímpeto de brincar à bruta vai diminuindo (mesmo que lentamente) por "falta de prática", ou seja, é tudo uma questão de habituação; se a sua cadela se habitua a brincar à bruta, vai estar sempre a reforçar esse comportamento; se houver cortes que impeçam que ela brinque dessa forma, então ela não vai reforçar o seu comportamento, e paulatinamente poderá ir perdendo o hábito.
Isto é tudo muito bonito, mas realizar essas interrupções é extremamente difícil. Mas creio que percebeu o que quis dizer: o treino da chamada não é uma coisa à parte em relação ao treino da forma como a sua cadela brinca; as duas coisas estão interligadas de forma muito íntima.
lds6
Membro Veterano
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sexta abr 05, 2013 2:52 pm

margoustink Escreveu:
Lourenca Escreveu:Geralmente consigo ver quando a brincadeira vai começar a correr mal e aí intervenho. Normalmente ela quer brincar, mas é muito bruta e vejo que os outros cães se mostram incomodados. Ou os donos... Por isso queria "acalmá-la" um pouco. Quando (raramente) encontra cães compatíveis, não costuma haver problemas. Ela precisa de um parceiro bruto e enérgico como ela, mas bem humorado... Não é fácil.

Tenho de trabalhar melhor o chamamento. Treinei na praia quando ela estava mais interessada em passear do que vir ter connosco, e vou ter de treinar no parque para cães também. De momento no parque quando a brincadeira está interessante faz que não ouve e só funciona a minha "voz tom de trovão".

"fazer várias chamadas ao longo da brincadeira, interrompendo-a e promovendo constantes recomeços" -> Neste momento é a única ideia que tenho para melhorar o problema, treinar o chamamento quando ela começa a abusar. Não a torna mais "delicada", mas pelo menos não aborrece os outros cães.

A "ordem stop" é uma espécie de chamamento, mas só para essa ocasião?

Treinador tenho de encontrar um bom, que de momento não tenho referencias nenhumas por aqui. Não é caso de "escola com aulas normais”, mas de consulta no local. Ando á procura de uma escola de agility, talvez ajude.
Sim, era um chamamento usado apenas nessas ocasiões. Mas como tinha mais cães comecei por treinar isso quando brincavam uns com os outros. Primeiro quando começavam a brincadeira, e depois sucessivamente, deixando ir evoluindo, ao dizer stop ele paravam e regressavam.
Margoustink,

não compreendo bem qual é a diferença, na prática, entre esse 'stop' e o chamamento "corrente", que deduzo que também usasse.
margoustink
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sexta abr 05, 2013 3:27 pm

Na prática o stop resultava. Ao usar as ordens habituais, nem sempre obedeciam nessa situação de brincadeira.

O que fiz foi reforço positivo à ordem stop e lá ficou resolvido. Foi o sentido prático da questão. Ao invés de reforçar a ordem normal, fi-lo com outra palavra, o stop.
botas96
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sexta abr 05, 2013 5:18 pm

Olá Lourenca.
Só estando aí para ver todos as tonalidades de cinzento e conhecendo bem o cão.
Quem será o melhor de todos nós para ver isso?
Desconhecendo essa "terrorista", eu terei que supor.
À partida e no meu ponto de vista, educou muito bem a cadela, se do medo fê-la ser autoconfiante, se fugidia fê-la participativa e brincalhona.
Ela é dominante?
Ela é agressiva?
Se não o é, então não mexa, que está bom, olhe que pode estragar.
Partindo do princípio que as respostas às perguntas de cima se mantêm negativas, direi que é só um instinto de presa muito apurado, refinado pelas brincadeiras (as brincadeiras deles são fortemente pedagógicas, tanto pela hierárquia a estabelecer, como proceder ao agarrar a "presa")
Isso de agarrar pelo cachaço e traçar é caça.
Falta saber se os encontrões e empurrões é imaturidade ou é outra coisa, se for outra coisa, então o cachaço e o traçar pode não ser caça.
A minha "pilha gainhas" tem 14.7 a 15kg e a trupe do terror dela anda pelos 20 a 36 kg, sendo o melhor amigo dela um lab de ir aos patos (um ganda maluco). Toda a trupe conhecem-se desde pequenos, não é garantia de nada mas ajuda.
Eles correm, disputam bolas, mordem-se todos, imitam o Chewbacca e apesar da diferença de pesos não se aleijam, chegam a casa e caiem para o lado.Com a barriga cheia de tanto fartote.
Mas há outros porém que são brutos com ela e a aleijam, nem que seja por serem desastrados e pesados demais, e esses não servem para formar o carácter ou refinar o instinto. com brincadeiras dessas.
O que lhe quero disser (continuando na suposição)...
Arranje "amigos" tão energéticos ou mais que ela.
No princípio, trave bem as amizades.
E arranje alguém tão bruto como ela, ou então, muito persistente.
Sinceramente, se ela é como imagino que seja (igual à minha) não vejo que o mal esteja na sua cadela, mas sim no excesso de um civismo dos outros cães que não lhes é natural.
Pode ser por falta de "drive", energia, ou a culpa será mesmo dos donos que não lhes dão a liberdade para cães serem cães.

Se soltar a sua cadela e a ordem não estiver em fundamentada, lebe uma "presa" e biscoitos.
Pois se o "aqui" não funcionar, assim pode apelar ao prey drive e ao food drive .

P.s - Se vier cá a Lisboa, diga-me qualquer coisa. Assim moemos os nossos canitos
margoustink
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sexta abr 05, 2013 5:35 pm

botas96 Escreveu:Partindo do princípio que as respostas às perguntas de cima se mantêm negativas, direi que é só um instinto de presa muito apurado, refinado pelas brincadeiras (as brincadeiras deles são fortemente pedagógicas, tanto pela hierárquia a estabelecer, como proceder ao agarrar a "presa")
Isso de agarrar pelo cachaço e traçar é caça.
Acho que o problema é, julgo eu, quando eles deixam de brincar e passam a umas dentadas menos amistosas.

O problema maior que tinha era precisamente com um fila e um rottie.
botas96
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sexta abr 05, 2013 8:36 pm

É tudo uma questão de cinzentos. E sobretudo conhecer o cão.
Mas estou a falar de cães de caça, dos próprios cães, das maneiras como foram apresentados, etc. uma variedade de factores.
São todos jovens, a minha tem 14 meses e não têm maldade (ponho as minhas mãos no fogo) os outros têm entre 10 meses e 8 meses (talvez ainda não "abriram" mas não me acredito, são todos uns taralhoucos) e depois há outros mais velhos mas "boa onda".
Claro que tanto eu como os donos do lab estamos sempres atentos, no desenrolar da brincadeira.
Só presos é que entram numa de judo, até porque soltos não têm pernas para apanhar a minha.
Mas como disse, não é garantia, há aqui um bouvier e um golden que não se podem ver nem pintados (graças às brincadeiras brutas demais do goden em tempos mais inocentes).
Fila ou de guarda é outra louça, o instinto de presa deve ser redireccionado para manga, talvez.(digo eu).
Há uns meses encontrei-me com um bull terrier bastante atlético, apesar de ter apenas 7 meses (ainda não tinha "aberto") fiquei espantado como não conseguia apanhar a minha (na altura tinha uns 10 meses), limitava-se a cortar as curvas e procurar o contacto físico através de intercepções.
O dono disse-me que era característico (encontrões) dessas raças.
Pensava que tinham mais estamina e poder de disparo, mas afinal, talvez a minha ainda se possa safar aquando dum encontro imediato.
estevez
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sábado abr 06, 2013 10:30 am

O botas deve andar pela minha zona da cidade. Weimaraner e uma cadela cao de agua português, costumam aparecer nesse grupo?

Quanto à cadela do tópico, já sabia que ela era assim quando a adoptou? Que era bruta, que tinha medo de crianças, nao se dava bem com estranhos, etc? Já agora onde é que a adoptou?

Isto é totalmente off topic, mas as vezes apaixonamo-nos por cães e depois eles tem um poço de características que nao estávamos a espera e nao vão de encontro ao que queríamos. O que me chateia é que muitas vezes as associações onde se adoptam os animais escamoteiam essas características para os animais serem adoptados e depois os donos ficam com um animal que nao é como queriam e ou se aguentam à bronca ou são maus adoptantes porque devolveram o bicho...

Enfim, isto nao tem nada a ver consigo nem estou a dizer que é o seu caso (e felizmente tambem nao foi o meu, apesar de terem dourado muito a pílula, tambem nao me deixei levar e avaliei muito bem a cadela e outros cães antes de a escolher e trazer para casa - nao é perfeita mas estamos satisfeitos). Foi so um desabafo porque vejo casos desses com muita frequência (ha um no meu prédio, por exemplo).
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